Tropa de Elite é um filme brasileiro de 2007, dirigido por José Padilha, que tem como tema a violência urbana na cidade brasileira do Rio de Janeiro e as ações do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.
Foi objeto de grande repercussão antes mesmo de seu lançamento, por ter sido o primeiro filme brasileiro a, meses antes de chegar aos cinemas, vazar para o mercado pirata e a internet. Um dos protagonistas do filme, o ator Caio Junqueira, chegou a declarar que, por mais que achasse a pirataria algo negativo, sabia que havia sido "por causa dela que o trabalho atingiu o público da televisão". Uma pesquisa feita pelo Ibope chegou a estimar que mais de 11 milhões de brasileiros teriam visto o filme de forma ilegal – isso, entretanto, não impediu o filme de ter sido bem-sucedido nas bilheterias, tendo estreado em primeiro lugar e obtido uma das maiores médias por sala no ano, com mais de 1000 espectadores por sala na primeira semana, mesmo com um lançamento restrito aos estados de Rio de Janeiro e São Paulo.
Ao criticar os usuários de substâncias ilícitas, atribuindo-lhes a culpa pela expansão do tráfico de drogas e da violência urbana, o filme gerou grande debate na mídia brasileira. As práticas de tortura por parte dos policiais também foram abordadas, gerando questionamentos quanto a uma suposta transformação de tais personagens em heróis em virtude de suas atitudes frente aos criminosos ou à população pobre e aos moradores de favelas. Esse posicionamento, no entanto, é contestado pelo diretor José Padilha
O filme recebeu o prêmio Urso de Ouro de melhor filme no Festival de Berlim 2008. Uma continuação, Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro, foi lançada no dia 8 de outubro de 2010.
SINOPSE (TROPA DE ELITE - MISSÃO DADA É MISSÃO CUMPRIDA)
A história se passa em 1997, quando o papa João Paulo II visitou o Rio de Janeiro, e o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), a Tropa de Elite da polícia do Rio de Janeiro, foi encarregada de sua segurança. O Capitão Nascimento era comandante do esquadrão designado. Ele queria deixar o posto, pois estava prestes a ser pai e tinha ataques frequentes devidos ao estresse e a dificuldade de realizar o seu trabalho na corporação, mas precisava antes encontrar um substituto à altura. Aos poucos,foi começando a enxergar como candidatos, os aspirantes Neto e Matias, que também estavam indignados com a grande corrupção na Polícia Militar. Agora Nascimento não só tem a missão de proteger o papa como também treinar ao máximo seus substitutos e o mais difícil, cuidar de sua família.
ELENCO PRINCIPAL
* Wagner Moura interpreta o Capitão Nascimento, um policial considerado "incorruptível" pelos seus pares, ainda que embora comande uma equipe que se utiliza de artifícios pouco ortodoxos como tática investigativa. O capitão pretende deixar o BOPE com a certeza de que terá um substituto digno e à altura, para isso antes precisa escolhê-lo entre sua nova turma.
* Caio Junqueira interpreta o aspirante Neto Gouveia: Um jovem idealista e de temperamento um tanto impulsivo, que decidiu ingressar na PM mas acaba por desiludir-se com a corporação após testemunhar o descaso e a corrupção promovidos por seus colegas de batalhão. Ao tentar ajudar um oficial de seu grupamento que havia sido levado para uma armadilha por outros policiais, Neto travou o primeiro contato com o Capitão Roberto Nascimento e decidiu ingressar no BOPE. Levou consigo seu melhor amigo, o Aspirante André Matias (interpretado por André Ramiro). Em certa altura Neto é cogitado como sucessor de Nascimento, mas acaba morto por bandidos antes de assumir o posto.
* André Ramiro interpreta o aspirante André Matias: Negro e de origem humilde, conseguiu a duras custas ingressar no curso de Direito de uma das melhores faculdades do Rio de Janeiro. Matias demonstra ser um aluno aplicado, mas não concorda com tudo o que seus professores e colegas lhe dizem, especialmente quando as aulas vão de encontro à sua vocação como policial, e posteriormente bate de frente com os usuários de droga da escola.
* Fábio Lago interpreta Baiano: O principal vilão do filme, traficante do morro dos Prazeres onde está sediada a ONG na qual trabalha Maria. Aceita a ONG em seu território pois a mesma se submete à sua "autoridade", mas é extremamente violento com seus opositores e até com seus próprios associados e, finalmente, com os integrantes da própria ONG (Baiano queima um deles dentro de pneus, tal como fizeram, na vida real, com o jornalista Tim Lopes).
* Maria Ribeiro interpreta Rosane: Esposa do Capitão Nascimento, tem constantes discussões com ele sobre seu envolvimento estressante com a tropa e a promessa de abandoná-la. Tenta auxiliar Nascimento a restabelecer seu equilíbrio, sem muito sucesso.
* Fernanda Machado interpreta Maria: Maria dedica-se verdadeiramente à ONG na qual é voluntária, esforçando-se para ajudar os meninos carentes que moram no morro dos Prazeres comandado por Baiano – traficante que ela acaba tendo que obedecer, julgando que isso a permitiria continuar com suas ações sociais. Assim como seus amigos de trabalho também é usuária de drogas leves, mas seu envolvimento com um policial – André – muda toda a situação.
* Fernanda de Freitas interpreta Roberta Nunde: Estudante de Direito, participa da ONG não por motivos altruístas, mas para ter mais fácil acesso à droga (maconha) ao adquirir permissão para trabalhar numa favela.
* Paulo Vilela interpreta Edu: Grande exemplo da hipocrisia criticada pelo filme, Edu é jovem e bem-nascido que critica duramente a repressão policial, mas torna-se um traficante menor, revendendo na faculdade a maconha que compra no morro onde situa-se a ONG na qual trabalha como voluntário.
* Milhem Cortaz interpreta o Capitão Fábio Barbosa: Envolvido com cafetões e prostitutas, vê seus esquemas corruptos serem tomadas por outro oficial logo no início da trama. Seria morto a mando do Coronel do batalhão pelo seu rival Capitão Oliveira, mas foi salvo por Neto, Matias e o BOPE. Posteriormente, candidata-se junto de Neto e André, ao BOPE, sendo rejeitado durante o andamento do curso. É um policial bastante corrupto porém não um assassino como Oliveira e sua quadrilha, e provou sua amizade a Neto e Matias quando compareceu ao enterro do primeiro, morto por bandidos.
* Marcelo Valle interpreta o Capitão Oliveira: É o oficial no batalhão convencional que se torna o "queridinho do coronel" devido às suas atitudes corruptas (coletando o "arrego" do bicho para o coronel). Acaba tomando todos os "esquemas" do capitão Fábio, para depois ter sua féria criminosa roubada, propositalmente, por Neto e Matias, numa jogada de mestre destinada a desmoralizá-lo perante o coronel chefe do batalhão. Em um erro do filme, o Capitão Nascimento, na função de narrador, declara que Oliveira é Major ao invés de Capitão.
* Sandro Rocha interpreta o Sargento Rocha, fazendo uma pequena participação como um policial corrupto do batalhão onde os aspirantes Neto e Matias trabalhavam.
* Álvaro Chaer interpreta um trabalhador na faculdade que fica tomando conta da xerox, paga Edu pra ele trazer maconha de Baiano, e vende para os alunos da faculdade. É repreendido por André Matias no final do filme, saindo da sala de xerox com dois pacotes de maconha junto a Matias.
Em Tropa de Elite 2: o Inimigo agora É Outro dirigido por José Padilha, que também escreveu seu roteiro, com Braulio Mantovani, e estrelado por Wagner Moura em 2010.
Os acontecimentos de Tropa de Elite 2 ocorrem treze anos após os do primeiro filme. Um dos seus focos é o amadurecimento do então Coronel Nascimento, personagem de Wagner Moura, que tem que lidar com problemas com seu filho adolescente. O filme também mostra o crescimento do BOPE e conflitos entre os policiais e milícias do Rio de Janeiro. O diretor José Padilha afirmou que "o filme trata da relação entre segurança pública e financiamento de campanha. Faz ligação entre a segurança e a política". Além disso, uma rebelião é realizada na penitenciária de Bangu 1, liderada por Beirada, personagem de Seu Jorge.
Lançado no Brasil em 8 de outubro de 2010, o filme recebeu considerável atenção da mídia, críticas majoritariamente favoráveis e, em 7 de dezembro do mesmo ano, tornou-se o filme mais visto da história do cinema brasileiro, com 11 milhões espectadores - marca que não era superada desde 1976, quando o filme Dona Flor e Seus Dois Maridos obteve 10,73 milhões.
ENREDO (TROPA DE ELITE: O INIMIGO AGORA É OUTRO)
O filme começa in medias res, apresentando Nascimento saindo do Hospital Beneditino. Seus passos estão sendo observados por um grupo de homens que se comunica através de rádio transmissores. Enquanto dirige seu carro, ele é abordado por um outro veículo, do qual saem homens armados que começam a alvejar o automóvel. Enquanto ocorre o atentado, Nascimento, como narrador, diz que, embora possa ser considerado "um clichê de filme americano", chegar perto da morte o faz recordar o que havia ocorrido para que chegasse até aquele ponto.
Um flashback narra os acontecimentos de quatro anos antes, quando uma divisão do BOPE comandada por Nascimento e André Matias se envolve no controle de uma rebelião no presídio Bangu I. Durante a rebelião, o criminoso Beirada, com a conivência dos agentes responsáveis pela segurança da unidade penal, foi capaz de dominar o presídio e assassinar seus adversários. Com a situação em escalada, o professor de história Diogo Fraga é chamado ao presídio. Membro de uma ONG dedicada à defesa dos Direitos Humanos, Fraga é chamado numa tentativa de negociar o fim da rebelião. O ativista sucede em negociar a libertação dos reféns, mas Matias se precipita e, descumprindo uma ordem de Nascimento, ingressa na área controlada por Beirada, o que faz com que Fraga seja tomado como refém. Após Beirada ser convencido a libertar Fraga, Matias atira contra o criminoso, matando-o.
As consequências da ação de Matias, tanto para ele quanto para Nascimento, são o fio condutor do filme: Matias é usado como bode expiatório e é expulso do BOPE, mas Nascimento, visto como herói pela população, é nomeado para o cargo de Subsecretário de Inteligência da Secretaria Estadual de Segurança Pública do Rio de Janeiro.
Uma vez na Secretaria, Nascimento é capaz de articular uma completa reestruturação do BOPE, aumentando seu efetivo e modernizando seus equipamentos. Essa reestruturação o auxilia no combate ao tráfico de entorpecentes, e, com o passar do tempo, a Secretaria é capaz de encerrar as atividades de traficantes na maior parte das favelas da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Desbaratar o crime organizado, ao contrário do que Nascimento planejara, não contribuiu para a diminuição da corrupção, mas fez surgir uma nova organização criminosa, as "milícias". No filme é retratada a ascensão de um policial militar corrupto, o Major Rocha. Rocha percebe que, ao eliminar a figura do traficante, ele não estaria deixando de receber a propina que vinha recebendo, mas sim poderia passar a controlar diretamente a comunidade, eliminando assim o intermediário e tendo lucros maiores. Assim, ele e seu grupo passam a comandar uma comunidade.
Comprar o apoio das lideranças das comunidades significaria a criação de verdadeiros currais eleitorais. Ciente disso e visando se beneficiar politicamente das regiões controladas pelas milícias nas próximas eleições, o Governador do Rio de Janeiro se associa ao Deputado Estadual Fortunato, ao Secretário de Segurança Pública e ao Major Rocha para forjarem uma situação que justificasse a invasão do bairro do "Tanque", uma comunidade que representaria relevante acréscimo na quantidade de eleitores. Membros da milícia invadem a delegacia da comunidade, e saqueiam a reserva de armamentos da mesma. Em seu programa de televisão, Fortunato polemiza o ocorrido, atribuindo aos traficantes em atuação na comunidade a responsabilidade, e exigindo providências do Governador do Estado, que ordena à Nascimento e à Secretaria de Segurança que planejem uma operação para invadir a comunidade, expulsar os traficantes e encontrar as armas. Nascimento se opõe à operação, por não ter encontrado, dentre as escutas telefônicas instaladas na comunidade, nenhuma prova de que as armas estariam lá, mas é voto vencido frente à afirmação do Coronel Fábio de que um informante de seu Comando já teria imputado a autoria dos crimes aos traficantes da comunidade.
Matias, reintegrado ao BOPE por sugestão do Major Rocha e por influência do Dep. Fortunato, é escolhido para ser o líder de campo da operação, que é bem-sucedida em eliminar a maior parte dos traficantes da área. As armas, entretanto, não são encontradas, com o líder dos traficantes negando ter sido o responsável pelo roubo, mesmo após ser interrogado. Matias questiona Fábio sobre a procedência da denúncia, e exige uma explicação, porém é assassinado pelos homens de Rocha. A morte de Matias e o fracasso em encontrar as armas faz com que Nascimento torne a questão algo pessoal.
ELENCO
* Wagner Moura interpreta Roberto Nascimento, agora Tenente-Coronel da Polícia Militar do Rio de Janeiro e Subsecretário de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro.
* Irandhir Santos interpreta Diogo Fraga, um professor de História, que se torna deputado estadual após a controvérsia em Bangu I.
* André Ramiro interpreta o Capitão André Matias.
* Maria Ribeiro interpreta Rosane, ex-esposa de Nascimento e agora casada com Fraga.
* Sandro Rocha interpreta Major Rocha, o vilão principal do filme. Policial militar responsável pelo comando da milícia retratada no filme. No primeiro filme da série Rocha teve uma pequena participação, como um sargento corrupto do batalhão onde os aspirantes Neto e Matias trabalhavam.
* Milhem Cortaz interpreta o Coronel Fábio Barbosa. Ainda bastante corrupto, tem como concorrente e também cúmplice na corrupção o Major Rocha. Continua amigo de André Matias, por quem foi salvo treze anos atrás (no primeiro filme da série).
* Tainá Müller interpreta Clara, uma jornalista. No filme, ela entrevista Matias sobre o sucateamento do BOPE, após o mesmo ser expulso do batalhão por causa dos eventos na rebelião em Bangu I e, posteriormente, auxilia o Deputado Diogo Fraga na investigação das milícias.
* Seu Jorge interpreta Beirada, criminoso responsável por liderar a rebelião em Bangu I.
* André Mattos interpreta Fortunato, Deputado Estadual e apresentador de um programa de televisão sensacionalista.
* Emílio Orciollo Neto interpreta Valmir, um policial que atua na área administrativa. É Valmir quem recepciona Nascimento quando este ingressa na SSP, e passa à auxiliá-lo nos serviços de inteligência.

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